sexta-feira, 14 de março de 2014

"Eragon", de Christopher Paolini

O SENHOR DOS ANÉIS MODERNO e para crianças. É com esta classificação nem um pouco inédita que podemos classificar Eragon, que não surpreende ou inova em sua narrativa, porém prende do começo ao fim.


Olá, Saphira.

O fato de Christopher Paolini ter começado a escrever este livro com 15 anos já indica que é um romance básico, sem muitos aprofundamentos e grandes questões humanas, apenas para diversão infantojuvenil. Ainda assim, consegue conquistar de cara com uma narrativa leve e muito gostosa de ler.
Foi este livro que peguei na estante e disse: "está na hora de começar a estabelecer um mínimo diário de páginas". E deu certo. Agora leio, no mínimo, 100 páginas por dia, como vi em algum dos vídeos da Tatiana Feltrin. E claro, a narrativa simples ajudou bastante: li, na verdade, 150 páginas ao dia, terminando-o em apenas três.
Voltando ao livro, as semelhanças com a obra de Tolkien são incontestáveis, já que há toda uma mitologia, língua, uma nova terra, e seres diversos: humanos, anões, elfos, urgals (orcs), magos, e, claro, um dragão.
A história é bem simples e não tão complexa como n'O Senhor dos Anéis: um menino — Eragon — acha um ovo de dragão vasculhando a floresta, descobre-se um Cavaleiro de Dragão e é treinado por um velho mago (que habitava a vila mais próxima de sua casa) em uma jornada pela vingança da morte de seu tio — morto pelos Ra'zac (que muito lembram os Nazgûl, espectros do Anel), na busca por Eragon e Saphira, seu dragão-fêmea. Ah, a história se passa na terra fictícia chamada Alagaësia.
A escrita de Paolini também é muito semelhante à de J.K. Rowling, talvez um dos motivos para que eu tenha devorado o livro. Confesso que estou curioso para ler a continuação, porém, com tantos outros livros na frente, essa compra ainda terá de esperar.
Apesar de assemelhar-se muito mesmo à obra Tolkieniana, "Eragon" não deixa de ter seus méritos: é bem escrito e bem contado, porém, não há nada de inovador. E, claro, não podemos esquecer que é um livro para crianças.



"Eragon"
Autor: Christopher Paolini
Editora: Rocco Jovens Leitores
465 páginas
Estados Unidos, 2003

terça-feira, 4 de março de 2014

"Nebraska", de Alexander Payne


UM DOS CANDIDATOS AO OSCAR EM 2014 mas pouco favorito e que com certeza me conquistou é "Nebraska". É uma história simples, sobre um velho homem e sua família simples  que, ainda assim, faz qualquer tipo de pessoa identificar-se.

O cartaz artístico já revela bastante sobre o filme: um senhor de poucos 
cabelos e expressão perdida numa película em preto e branco.

Um dos injustiçados da maior premiação de Hollywood, "Nebraska" é tocante e comovente. O filme começa com Woody Grant (Bruce Dern, que está fantástico) caminhando em direção à Nebraska, local onde a propaganda que recebera diria que ganhará um milhão de dólares. O que, sabe-se, não passa de estratégia de marketing pura, inclusive, no verso, o regulamento diz que é uma simples promoção. O filho de Woody, então, decide acompanhá-lo até lá, apenas como um consolo ao velho pai e uma maneira de ficar mais próximo deste. 
Eles resolvem dar uma paradinha na cidade onde Woody nasceu e foi criado, apenas para um descanso enquanto o final de semana passava. É aí que o papel da família entra e o diretor Alexander Payne nos mostra, em flashes de todos reunidos na sala, assistindo TV em silêncio, o quão comum nós somos. Abrindo a ambição e o interesse de todos, o velho começa a espalhar na cidade que está milionário.
A família toda começa a envolver-se com Woody, todos felizes de que há um milionário tão próximo. A mulher e o outro filho dele chegam na cidade, e todas as questões familiares são postas na mesa, vê-se como está a pessoa x e o vizinho y e por aí vai.
E, após todos os pontos e aspectos do filme, nem se nota que é em preto e branco. Parece que fazer o filme em escala de cinza deu um charme a mais, aumentando ainda mais a simplicidade desta bela obra que vai fundo nos temas familiares e emocionais.



"Nebraska"
Diretor: Alexander Payne
Roteiro: Bob Nelson
Elenco: Bruce Dern, Will Forte, June Squibb
Estados Unidos, 2013